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domingo, 23 de maio de 2010

O mel no fel













O trabalho era um fardo, mas ele tinha a poesia.
E, através dos seus versos, podia ser um personagem,
seu próprio herói, distante da mesmice do dia a dia.

Só o romantismo nos salva

O amor é um miniconto. Com tese, antítese e síntese.
Tese: duas pessoas convivem pela vida toda.
Antítese: pela vida toda?
Síntese: esta é uma impossibilidade terapêutica!

Anti-conto de fada













A princesa, entusiasmada, beijou seu primeiro sapo, mas ele permaneceu sapo.
Não se dando por vencida, beijou outro e outro e mais outro, e o resultado
era sempre o mesmo: nada de princípe.
Moral da história: nem todo sapo é princípe e algumas princesas, na verdade,
podem ser apenas meras sapinhas.

No lusco-fusco


O tempo passava e Estela, a garçonete, cada vez mais sombria.
Um dia, tomando meu café habitual, pude vê-la chegar. Tinha um sorriso incomum
nos lábios, os cabelos estavam soltos e o seu perfume enchia o ar.
Ela foi direto falar com o gerente. Nem deu por mim, perplexo.
Não consegui ouvir o que diziam, mas, quando ela saiu pela porta
do bar, decidida, percebi que jamais voltaria a ver a sua estrela.

Ex-excluído


Contemplou seu nome. A escrita mal feita. Sorriu.
Era apenas uma questão de tempo agora, melhorar a letra,
aprender novas palavras. Mas o primeiro passo já estava
dado: escrever seu nome!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

MICROCONTO


Costumava andar pelo fio da navalha. Assim, diante de um beco sem saída, bastaria um simples passo em falso!

sábado, 15 de maio de 2010

Angústia





poetas não se detém
diante das madrugadas.

poetas não esmorecem
diante da agonia:
buscam o verso perfeito.

a palavra precisa, a rima,
a força da poesia.

Boca Loka


boca livre:
palavrão.

boca suja:
maldição.

boca no mundo:
grito e libertação!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ausência

Queridos amigos, peço desculpas pela ausência
em versos e, em comentários, nos blogs dos amigos.
Mas estou voltando, me aguardem, a partir de sábado
estarei de novo com vocês.
Saudades,
Cynthia Lopes

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ojalá - Silvio Rodriguez



Engraçado o que a música pode produzir em nossa alma.
Esta em especial, que escuto e escuto repetidas vezes é a música de Silvio Rodriguez. E quanto mais a escuto, mais a minha alma se eleva em um misto de sentimentos, mas principalmente, se enche de espírito, de amor... isso de visões de amor. Algo que fuja das lágrimas, pelo menos das lágrimas solitárias... se temos que chorar, que o façamos juntos; que amemos na mesma intensidade, que nossos corpos sintam o mesmo tremor e o mesmo prazer ao se tocarem, ou apenas no encontro de nossos olhos que por mais que teimem, não conseguem se desvincilhar um do outro e que seja assim para sempre (ou que seja esta nossa ilusão mais sentida). Mas que seja! Algo que se possa tocar, que tenha peso e massa. E não a solidão de duas pessoas... só isso é muito pouco.
Será que alguém pode compreender esta dor? A dor de ser poeta? A dor de um grito, a milênios sufocados pela pressa deste novo mundo?
Eu não tenho medo destes sentimentos e dos meus sentidos, por quê você os tem?
Por quê?