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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

AGONIA





silenciaram as nossas vozes...
mudas caladas nós seguimos
quem ouvirá estas almas aflitas?


Foto de Brooke Shaden - Exposição Begin Again - JoAnne Artmann Gallery, New York

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

DIA D





não me dê qualquer presente.
o que eu quero é um elefante
pra compensar o amor ausente,
o abismo carente, o meu mar:
esta enchente

sexta-feira, 15 de março de 2019

O BEIJO



estrela ardente tão louca
brilha na noite mais quente 
do céu da minha boca

sexta-feira, 8 de março de 2019

Relembrando

Em 2009, estava sendo lançada a Antologia XXI Poetas de Hoje em Dia(nte), organizada por Aline Gallina e Pri Lopes e da qual eu fiz parte. Um dos poemas que publiquei foi este:

ESTORVO

passou por mim.
estabanado, esbarrou no meu céu,
derrubando estrelas.

E com muita alegria reproduzo aqui o texto do poeta Nei Duclós sobre o lançamento da Antologia, exatamente o trecho em que ele fala deste meu poema!

" Poesia vale por vários motivos. Um deles é um poema inesquecível, que fisga na primeira leitura e nos acompanha, como este de Cynthia Lopes, da coletânea XXI: “passou por mim. estabanado, esbarrou no meu céu, derrubando estrelas”. A limpidez do verso, sua precisão, sua trajetória certeira, não pode ser confundida com a atual tendência de gerar hight-lights de impacto, mais fundado no trocadilho e na falsa surpresa. Um poema como o de Cynthia faz parte de outra linhagem, de uma poesia que usa o clima do aforismo para criar uma imagem, uma metáfora, quase uma parábola. Derrubar estrelas como um sinal do amor que chega de surpresa é pura criação, de uma leveza que acena para um voo mais alto." http://outubro.blogspot.com/2009/04/poesia-toda-hora.html

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

MEDO DE AMAR




jura? você vai mesmo embora?
logo agora que tudo ficou cor de rosa
eu não acredito que você não enxergue
do jeito que eu vejo o nosso amor hoje

ah meu querido o que eu faço nesse vazio?
meu amor meu coração está aos pulos
acho que vou ter um ataque
a qualquer momento

cruzes você já arrumou as malas
e as colocou bem na porta da frente
eu não terei nem a chance de argumentar?
será que você não vê o que construímos?

o que faço com tudo isso que sinto?
meu coração parece que está sendo
arrancado de dentro do meu peito
não sei o quanto mais eu aguento

se houvesse alguma justificativa
alguma justiça em sair pela porta afora
destruindo tudo que somos um pro outro
além do seu medo da felicidade...

eu não sei deixar de te amar
eu não sou uma máquina de fazer café
eu era o teu amor até tão pouco tempo...
eu não tenho medo de nada

só não vejo a possibilidade
de você fechar as portas atrás de si
sem arrancar de mim a minha alma