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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Atitude


ano novo, vida breve.

quem pode me amar?

tantos dias se passaram

e eu continuo fora de lugar.


velho ano, vida segue.

posso dizer que, de alguém

como você, eu não preciso.

chega de nhenhenhém.


lanço meu olhar à frente:

não espero mais, vou à luta,

por um novo amor, de presente.



Programa Cultural


Exposição em comemoração ao Centenário de Mestre Vitalino

"Mestre Vitalino e artistas pernambucanos"


de 17/12/2009 a 21/02/2010


Museu de Folclore Edison Carneiro

Galeria Mestre Vitalino

Rua do Catete, 179

Rio de Janeiro, RJ

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL!!!

" Deixo com todos, poetas e leitores, trechos do poema de Fernando Pessoa. Lindo poema que fala do Menino-Deus, que habita o universo poético e imaginário do autor e por isso mesmo é tão humano e, portanto, pode nos mostrar como ver e ouvir e como ser poeta na existência."


Um Feliz Natal a todos,
Cynthia Lopes








O guardador de rebanhos - VIII
Fernando Pessoa
(Alberto Caeiro)


Num meio dia de fim de primavera
tive um sonho como uma fotografia
vi Jesus Cristo descer à terra,
veio pela encosta de um monte
tornado outra vez menino,
a correr e rolar-se pela erva
e a arrancar flores para as deitar fora
e a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu, (...)

(...)

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a eterna criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
ele é o divino que ri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda certeza
que ele é o Menino Jesus verdadeiro
e a criança tão humana que é divina.
É esta minha cotidiana vida de poeta,
e é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
e o que o meu mínimo olhar
me enche de sensação,
e o mais pequeno som, seja do que for,
parece falar comigo.

(...)

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
são as cócegas que ele me faz, brincando nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
na companhia de tudo
que nunca pensamos um no outro,
mas vivemos juntos os dois
com um acordo íntimo
como a mão direita e a esquerda.

(...)

Ele dorme dentro da minha alma
e às vezes acorda de noite
e brinca com os meus sonhos,
vira uns de perna para o ar,
põe uns em cima dos outros
e bate as palmas sozinho
sorrindo para o meu sono.
(...)





sábado, 12 de dezembro de 2009

Abrigo



a chuva não para!
neste dia chumbo
a música me ampara.

à poesia sucumbo,
minha jóia rara.

Vazio



no escuro, meu coração adeja,
a cabeça lateja.
ao redor de ti,
esta luz frágil:
tua face pálida de mágoa.
a tristeza escapa pelos meus dedos,
escravos dos teus cabelos.

onde o teu sorriso,
minha âncora e cais?
ele estava em tua voz,
em teus olhos de ontem,
que a tudo iluminavam.

hoje, nesta madrugada,
sob o peso das horas e do silêncio,
não restou mais nada.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Lília Diniz

(Para adquirir o livro, basta entrar no blog da autora, CLIQUE NO TÍTULO ACIMA)

MIOLO DE POTE DA CACIMBA DE BEBER




Em minhas andanças, danças, pelos blogs da vida encontrei os versos de Lília Diniz, essa poeta maranhense, muié e menina, que vai buscar em seu lugar de origem os causos de sua poesia. Vale a pena ler este livro recheado de muitas notas amadeiradas e florais. Um pouquinho da poesia de Lília Diniz, procês:


Descuido de poeta
aos Ipês Amarelos


Por razão de encantamento
de hoje em diante
meu sorriso será
doidamente amarelo
como as flores de agosto
que hipnotizam
irradiando versos luminosos
ofuscando os que ignoram
a poesia incandescente
e arrebatam
as almas descuidadas