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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Camille Claudel







A VALSA, de Camille Claudel, minha homenagem a esta mulher apaixonada.

Auguste Rodin




















"Ouvi o grito agudo da minha alma em luta pela mulher. Vigiei-me a mim mesmo nos momentos de paixão, de intoxicação amorosa, e estudei-os para os usar na minha arte".

Auguste Rodin

Conto Insólito

Encontros & Desencontros















Aquele homem havia perdido seus olhos.
Um homem tão interessante! Vivia de óculos escuros como um cego.
Ele podia ver a silhueta de todas as coisas, entretanto, não conseguia enxergar nada com nitidez, muito menos outros olhos.
Apesar de procurar muito os motivos deste seu problema que, com os anos, se agravava mais e mais, nenhum médico conseguiu lhe explicar ou encontrar qualquer causa orgânica para o seu mal.
Procurou em todos os lugares uma resposta, um ungüento, um conforto, sua cura e nada.
Seus olhos vagavam por sombras, apagados, vazios.
E quanto mais o tempo passava mais ele se escondia e encontrava nos versos o consolo do seu passado.
No outro lado do mundo uma mulher de beijos, vazia.
Seus lábios ressequidos eram marca indelével em seu rosto. Apenas seus olhos vivos, brilhantes e expressivos atenuavam a dor e a solidão. E quanto mais a vida passava em ausentes abraços e beijos e carinhos, mais ela se escondia e encontrava em seus versos o conforto de um futuro sonhado.
Mas, por uma destas contingências da vida, um dia seus versos foram conhecidos pelo homem cego que, encantado, fez chegar até a mulher (para que ela o conhecesse) o seu poema mais bonito.
E, assim, trocaram versos, rimas, desejos, quereres. Compartilharam momentos, olhares e beijos.
Fica evidente que os olhos do homem se abriram e, que os lábios da mulher floriram.
Porém ainda havia algo errado, o quê?
Cada um vivia em um extremo do mundo!
Foi então que tiveram a idéia de se encontrar no meio do mundo.
Marcaram uma data, uma hora e um local preciso.
Deste momento em diante, uma ansiedade louca tomou conta dos dois amantes e os versos se tornaram loucos, dementes de uma promessa de amor ao alcance dos olhos, das bocas, das peles agora quentes e ardidas.
No dia marcado, o homem caminha atravessando o jardim.
Do outro lado, a mulher caminha atravessando o mesmo jardim.
Os dois se vêem e caminham mais rápido passando um pelo outro, um através do outro...
Ao se voltar sem entender muito bem o que aconteceu, o homem vê apenas sombras e dos olhos da mulher um longo pranto lava seus lábios secos.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

*Hoje é meu aniversário...

Dos meus muitos amores...
















Minha princesa...
Minha Cynthia, estou apaixonado por você!
saudades do seu sorriso...
Tento esquecer quando só quero lembrar:
é que a correria de todo dia nos afasta
de quem amamos, mas este é o momento
de lembrar.
Quando te conheci, vi que cintilavas cores e brilhos, mas em alguns momentos ainda ficavam abafadinhos, talvez pelas espremidas da vida vivida, e foi com muito prazer que pude em sua companhia, partilhar com você, seu Cynthilar cada dia mais colorido com sua poesia e vivacidade!!!
Você conseguiu mostrar em palavras a sua
luta, todo o seu sofrimento, toda a sua
coragem. Sinto tanto orgulho...
Vejo você agora como uma mulher linda, feliz
e cheia de vitalidade.
Estou com tantas saudades, quando você vai voltar?
Melhor que a lembrança só mesmo a esperança
de encontrar-nos. Alguém que partiu há muito tempo,
mas cuja luz permanece em nosso pensamento.
Amiga, muitos beijos no seu coração!
esta casinha de São Thomé é para que você
coloque todos os seus desejos, é o seu castelo.
(...) deixa eu lhe abraçar, isso, bem forte!
Que bom estarmos juntas nesta estrada.
Ninguém agüenta mais você...
longe daqui, volte logo.
Menina de olhos de mar
pele de areia
sonho menina
riso maroto
teu perfume de flor
toma conta do nosso viver
te amamos.
Sinto muitas saudades da sua companhia
(...) você sempre foi minha melhor amiga e
confidente.
Tem vezes que sonho que você veio me visitar (...)
Li sua carta na rua e minha vontade foi de voar
até você, gostaria de lhe dizer que te amo, que seus
olhos são lindos e que estás viva (...)
Contudo, lhe observo de longe e lhe aprecio
pela simplicidade e pela beleza fácil que emana.
Você chegou mansa, calada... e conquistou
nossa amizade e carinho. Sua docilidade e simpatia
nos cativaram.
Não perca nunca este seu jeito meiguinho de ser...
- Nuvens de beleza no limite...
Irmãzinha amada fiz couve (...). Não fechei a panela
do feijão, pois você não sabe abrir.
Comprei bananinha, espero que você goste.
(...) um beijinho, mimo-mimo
Que embellece aún más tu aniversario
hecho vida
Cynthia
Este poema
Que es en esencia de tu presencia
Ternura liquida del saber inmenso del amor
Saudações escorpianas... parabéns!
Felicidades!
Valeu Cynthia, o rock não morreu!!!!


*E dos meus muitos amores, eu recebi versos, palavras, algumas são de emails ou cartas antigas que tirei formando um mosaico de versos de amor e incentivo.
Obrigada a todos pelo carinho, pela ternura! Obrigada a Deus pelas muitas bençãos
e por ter chegado até aqui sendo do jeitinho mesmo que sou!

*Cântico das Palavras

Poema de Adolfo Payés

Poemas
Versos
Vida
Esperanza
Ternura liquida del saber inmenso del amor
Hacia los más pequeños de este mundo
Brasil
Los pobres
Marginados
Favelas
En ellos esta tu entrega
Con dulzura literaria
Que embellece aún más tu aniversario hecho vida
Cynthia Lopes
Este poema
Que es en esencia de tu presencia

* A ti Adolfo, um agradecimento especial,
por sua ternura e carinho por este meu
Cantinho e por seus lindos versos em
comemoração ao meu aniversário.
Besos y mi saludos siempre...

sábado, 25 de outubro de 2008

Des+construção


Eu, mulher, vivo
entre dois pólos
buscando sempre
a humanidade.

Vivo o incerto,
o risco certo,
amor derradeiro

- sempre reconquistado.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Os dois mundos














uma corda esticada, tensa,
nela dois mundos suspensos.

uma nota silenciosa
retida no oco do tempo.

dois sóis findam em buracos
negros tragando palavras

que de vazias, murcharam
em doloroso silêncio.

(Publicado na Antologia de Poetas Contemporâneos nº 51 - CBJE)

domingo, 12 de outubro de 2008

Mário Quintana





Há ilusões perdidas mas tão lindas que a gente
as vê como esses balõezinhos de cor que
nos escapam das mãos e desaparecem no céu...



*Meus queridos leitores, poetas e amigos,
achei esta preciosidade no blog (l'excessive),
de Liz Kasper,
e a trouxe para o comentário geral de vocês.
Bjsss

Rede


vai e vem
vem e vai
eu
você
no
balanço
da
rede,

o sol
explode
em nossos
plexos, sexos
latejam
gozo
gostoso
tem gosto,
de novo!

sábado, 11 de outubro de 2008

Ode ao lobo mau
























- Ei, você que vive inconseqüente
levando a dor por todos os cantos
aonde passa – tudo tem sua paga
nesta vida. Não estou falando em

pragas, maldições ou semelhantes,
mas em plantar e colher – ventania.

Narciso faminto por beleza
vê seu reflexo nas águas, e
deixa-se tragar por sua substância,
por uma miragem, pela aparência.

Destila seu veneno egoísta
pelo caminho, sem amor, só Ego.
Cuidado, sempre há o dia da caça,
é quando todas nós, solitárias

mulheres, nos encontramos na dor.
Seremos como uma apenas armando
o alçapão. Claro que em sua vaidade
nem conta com esta possibilidade.

Pode ser, mas certo é que as lágrimas
que derramamos, cairão dos seus
olhos em dobro, num desconserto.
Águas que preencherão o mar calmo

que todas nós sonhamos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Conto Insólito - Olhos abertos
























Lenora sentiu um mal estar súbito e um grande desânimo, a única coisa em que pensou foi deitar e dormir.

No meio da noite, de repente, seus olhos se abrem.

Não há o que ver, a escuridão se apoderou da casa. Calafrios percorrem o seu corpo imóvel. Tentou gritar, mas sua voz não saia e sua boca não conseguia se mover. Nada se ouvia, silêncio total... ficou ali paralisada, na memória, os muitos sonhos (pesadelos!) em que teve esta mesma sensação, parecia contá-los, quantos foram?

Abertos no breu apenas os seus olhos podiam se mover. Um frio intenso subiu-lhe dos pés a cabeça enrijecendo todos os seus músculos, uma sensação incômoda e incomum. Sentiu-se uma pedra de gelo pesando toneladas! Com esforço fechou os olhos abrindo-os após minutos de angústia.

Foi então que pode perceber as milhões de estrelas que a cercavam. Seu corpo cedendo a falta de gravidade ficou leve como uma pluma, embora ainda sentisse o frio e a imobilidade.

Corpos celestes, de variadas cores e formas se moviam juntando-se a um único ponto de luz e o ponto crescia a sua frente, até que todo o espaço profundo se encheu de luz. Na luz corpos surgiam do nada, corpos de luz a envolviam com seu calor, sua paz, sua calma e aos poucos seu corpo dançava nos céus, nos vários céus... não havia diferença, tudo era mesmo uma coisa só, uma vida que permanece e continua, contínua, para sempre...